Uma pitonisa um dia disse para o professor Custódio que ele "nasceu para ser mãe". Concordo plenamente com ela, não que eu acredite nessas coisas, mas foi exatamente isso que o meu hermeneuta favorito representou para mim no meu primeiro semestre da faculdade. Uma pessoa que ingressou no curso de Filosofia da UFC no ano passado me falou que não gostava das aulas do professor Custódio porque se sentia um índio sendo catequizado por um jesuíta na época do descobrimento do Brasil. Tudo bem, pode até ser isso mesmo, mas a verdade é que muitas pessoas permanecem no curso só por causa dele, eu digo isso porque já fiz uma pesquisa com um bom número de colegas. Parece até que ele tem o poder de "inserir" a paixão pela Filosofia em algumas pessoas.
O Cústódio foi uma figura importante na minha graduação, mas foi com o professor Celso que eu comecei a me encantar com a carreira de docente. Nunca irei esquecer da disciplina Teoria da Justiça, onde apresentei um trabalho sozinha. No final da minha apresentação, ele olhou nos meus olhos e disse "muito bom". Fiquei muito feliz porque o Celso não diria isso se não tivesse gostado porque ele é um cara rígido, perfeccionista e tem um olhar que faz com que a gente queira ser preciso em cada informação, em cada comentário pessoal, enfim, em cada frase proferida. Quando saí da sala, percebi que não só o professor havia gostado da minha explanação, mas meus colegas também, e foi nesse dia que eu concluí que eu deveria investir na carreira docente, mesmo com todas as dificuldades. Aquilo que eu achava que não daria conta finalmente estava dando certo, ou, pelo menos, começando de maneira certa, com paixão.
Na “primeira navegação”, os filósofos permaneciam prisioneiros dos sentidos e do sensível, ao passo que, na “Segunda”, Platão “tenta a libertação radical dos sentidos e do sensível, e um deslocamento decidido para o plano do raciocínio puro e daquilo que é captável pelo intelecto e pela mente na pureza de sua atividade específica”.