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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

UM POUCO SOBRE A FORMAÇÃO DA PROFESSORA MÁRCIA

    Uma pitonisa um dia disse para o professor Custódio que ele "nasceu para ser mãe". Concordo plenamente com ela, não que eu acredite nessas coisas, mas foi exatamente isso que o meu hermeneuta favorito representou para mim no meu primeiro semestre da faculdade. Uma pessoa que ingressou no curso de Filosofia da UFC no ano passado me falou que não gostava das aulas do professor Custódio porque se sentia um índio sendo catequizado por um jesuíta na época do descobrimento do Brasil. Tudo bem, pode até ser isso mesmo, mas a verdade é que muitas pessoas permanecem no curso só por causa dele, eu digo isso porque já fiz uma pesquisa com um bom número de colegas. Parece até que ele tem o poder de "inserir" a paixão pela Filosofia em algumas pessoas.
    O Cústódio foi uma figura importante na minha graduação, mas foi com o professor Celso que eu comecei a me encantar com a carreira de docente. Nunca irei esquecer da disciplina Teoria da Justiça, onde apresentei um trabalho sozinha. No final da minha apresentação, ele olhou nos meus olhos e disse "muito bom". Fiquei muito feliz porque o Celso não diria isso se não tivesse gostado porque ele é um cara rígido, perfeccionista e tem um olhar que faz com que a gente queira ser preciso em cada informação, em cada comentário pessoal, enfim, em cada frase proferida. Quando saí da sala, percebi que não só o professor havia gostado da minha explanação, mas meus colegas também, e foi nesse dia que eu concluí que eu deveria investir na carreira docente, mesmo com todas as dificuldades. Aquilo que eu achava que não daria conta finalmente estava dando certo, ou, pelo menos, começando de maneira certa, com paixão.  

Na “primeira navegação”, os filósofos permaneciam prisioneiros dos sentidos e do sensível, ao passo que, na “Segunda”, Platão “tenta a libertação radical dos sentidos e do sensível, e um deslocamento decidido para o plano do raciocínio puro e daquilo que é captável pelo intelecto e pela mente na pureza de sua atividade específica”.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

FILOSOFIA

Qualquer aluno de um curso de graduação em Filosofia sempre se deparou com esta pergunta:

- Você estuda o quê?(A)
- Filosofia.(B)
-Filosofia?! :( (A)
- Serve para o quê?!  (A)
    
     Não saberia dizer até que ponto a falta de estudo de Filosofia na vida das pessoas é prejudicial historicamente falando. Não concordo com os pessimistas que dizem que tudo está pior. Pelo contrário, pois de um ponto de vista historico está bem melhor. Se nos pensarmos na famosa época do renascimento veremos que para cada homem letrado existiam quantos camponeses analfabetos? Sempre houve ignorância e ela era em proporção bem maior. Com o advento da Revolução Francesa, criou-se um mecanismo cultural de maximização do conhecimento: conhecimento para todos e eu concordo com isso, mas este processo de libertação demora( alguns séculos). É óbvio que países com um sistema político mais responsável podem acelerar o processo( não é o nosso caso).
     Quanto ao diálogo acima não saberia responder ao certo. Filosofia com certeza não serve para construir uma ponte ou um celular de última geração, mas me parece que ajuda a construir algo no ser humano que o auxilia a instaurar dúvidas aonde não existe(até o momento). Talvez uma boa metafóra parar a Filosofia seja a imagem de um rio que está calmo e parado e quando uma pedra o atinge formam-se aqueles círculos. É isso, a Filosofia talvez seja a pedra ou prefiro imaginar os círculos formados na água.

Texto: Leonardo Lopes.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

OS ARQUITETOS DA RAZÃO

          Por motivos ainda estudados e por isso mesmo não conhecidos, os gregos da antiguidade criaram uma nova forma de pensar e de entender o ser humano. Isto serviu de base para todo o pensamento ocidental. Quem somos? Como surgimos? Por que mudamos ao longo de nossas vidas? Por que morremos? O que é morrer? Existe vida após a morte? Qual é o significado da nossa existência?Qual é o sentido do universo? Haveria um ser capaz de criar ou reger tudo o que existe? Se existe, ele pode ser conhecido? Somos questionadores, e os gregos da antiguidade perceberam isto. Aliás, não somente as grandes perguntas metafísicas, mas também outras questões de ordem mais prática, tipo: Será que sou correspondido no amor? Será que fui rude com aquela pessoa?

          Por volta do anos 800 A.C., um grego chamado Homero compilou o pensamento de sua época em uma obra chamada Ilíada e outra chamada Odisséia. A partir dessas obras podemos notar que o pensamento de sua época girava em torno de alguns seres sobrenaturais que comandavam o universo (deuses como Poseidon, Zeus, Ares e Afrodite). Por volta do ano 600 A.C. tudo isso foi alterado. Os primeiros filósofos são considerados como tal porque perceberam que a natureza ao seu redor trazia princípios que poderiam ser aprendidos pelos seres humanos. A descoberta da razão foi arquitetada como uma forma sutil, mas poderosa de dar poder de conhecimento ao ser humano. O que esses pensadores nos dizem e nos ensinam é: somos capazes de pensar e de criar ao ponto de mudarmos a nossa forma de organizar o nosso pensamento de maneira a evoluirmos e nos modificarmos; tornando-nos seres mais complexos. Existiram vários pensadores desta forma de agir. Vamos evocar dois deles, bastante representativos dessa geração tão importante na história do pensamento humano.

 HERÁCLITO

                 Para ele, a existência se resume a mudar e se transformar. Lembremos o quanto isto influenciou a ciência moderna na também célebre frase: “Nada se cria, tudo se transforma.”

DEMÓCRITO

                 Procurou analisar tudo o que existia e percebeu que deveria haver partes muito pequenas que formariam a matéria: o átomo.Para ele, o átomo seria um conceito formativo e portanto definidor da existência. Podemos perceber que os pré-socráticos queriam descobrir por eles mesmos um princípio que explicasse a matéria, a existência, a natureza e a vida.

SÓCRATES
Um grande salto da Filosofia: o pensamento dos pré-socráticos alcança uma profundidade existencial e prática muito vasta. Sócrates percebeu que para além do que os pré-socráticos haviam dito, ou seja, encontrar princípios válidos na natureza, havia algo que eles tinham esquecido: quem pensa sobre esses fundamentos deve ser investigado mais a fundo, ou seja, o ser humano.

Texto de Leonardo Lopes.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Imperialismo Brasileiro

     Imagine um turista chegando em um país estrangeiro e reconhecendo nele traços de sua cultura. Os nomes das lojas escritos em sua língua, cartazes com cores de sua bandeira, pessoas vestidas com roupas que lembram artistas de TV de seu país, bem como as músicas da moda nas baladas. Não, não se trata necessariamente de um norte-americano visitando o Brasil.

    A reportagem do Fantástico de 23 de setembro de 2007 transmitida pela Rede Globo mostrou que a situação acima poderia descrever também um brasileiro visitando Angola. Basta colocarmos no lugar do Brad Pitt, o Lázaro Ramos; em vez do cinema holywoodiano, uma novela global e, mantidas as devidas proporções, pode-se perceber um fenômeno idêntido: o domínio cultural que uma nação mais desenvolvida exerce sobre uma mais atrasada. Domínio que não se limita ao campo cultural, mas que também se apresenta na economia e na política. 


   O fenômeno descrito acima mostra uma nova leitura da realidade brasileira: o Brasil imperialista. Apesar da visão tradicional de que somos colonizados, eternamente dependentes, sempre explorados economicamente pelas nações mais desenvolvidas, cada vez mais o nosso papel nesse cenário se torna ambíguo, a vítima cada vez mais se identifica com seu carrasco. A esse princípio de esquizofrenia nacional vem se somar outros fatos relevantes como, por exemplo, a opinião de líderes de países como a Bolívia, que demonstra claramente a visão de um domínio brasileiro contra o qual se deve lutar (como no caso da nacionalização das unidades da Petrobrás no país).

   Surgimos na civilização como uma colônia européia, conseguimos nossa independência política, guerreamos com nossos vizinhos por território, e construímos um país com uma população plural, para qual contribuíram diversos povos imigrantes. Durante toda nossa história nos ufanamos e nos ridicularizamos. Hoje temos multinacionais brasileiras espalhadas pelo mundo, fazemos intervenção militar em um país estrangeiro, nossa cultura-lixo é consumida avidamente pela população de um país pobre, e temos um país vizinho cujo presidente populista luta contra nossa dominação. É irônico. A pergunta que não quer calar é: que país é esse? Afinal, qual o nosso papel na História: exploradores ou explorados? Ou será que há algo de errado com essa classificação marxista de oprimidos e opressores?

   Outra pergunta que assalta o espírito é: se o Brasil é imperialista hoje, isso significa que num futuro próximo seremos necessariamente um país desenvolvido? Afinal, não é assim que se explica o desenvolvimento das nações do Primeiro Mundo? Quem é mais imperialista: o Brasil ou a Suécia? O Brasil ou a Finlândia? O Brasil ou a Dinamarca?


Fonte: http://esemelhorforimpossivel.blogspot.com/ 

Responda essas perguntas agora:

Você é influenciado pela cultura de algum país?

Qual é o seu modelo de beleza?

Qual é o seu tipo de música favorito? 

Se você fosse tivesse que morar em um outro país, qual seria?